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a judoca Alana Moura de Juazeiro, que contou à
nossa equipe sobre sua infância com o esporte, sua luta para seguir os sonhos
de ser atleta e a parceria com seu professor/pai.
Alana respira o judô desde seus primeiros dias. Ela deu seus primeiros
passos, literalmente, no tatame, quando seu pai, professor de Judô, Aritano
Alan, a colocou. Porém, não foi só essa a ligação dela com a modalidade.
“Sempre gostei de esportes, minha família é de atletas de judô, o que se tornou
natural para mim lutar essa modalidade” disse ela.
Mesmo com 16 anos, Alana já passou por poucas e boas na sua curta
trajetória de atleta. Sua curta carreira começou a tomar rumo em 2014, quando
viajou para sua primeira competição fora de Juazeiro: “Disputei o campeonato
Nacional e acabei sendo campeã no SESC, foi incrível”.
Alana nos confidenciou, que mesmo com pouco tempo de estrada, já está
satisfeita com seus resultados e elege o presente como o melhor momento de sua
carreira: “É agora, pois sou a segunda colocada no ranking da Bahia. Esse
resultado é muito válido por que foi conseguido com muito esforço. Tive uma
lesão grave no joelho e foi uma prova de superação” disse ela.
Por falar em lesão, a jovem atleta, tem uma
história e tanto para contar. Em maio de 2015, durante treinamento, ela se
machucou gravemente no joelho e relatou momentos que ficarão para sempre em sua
memória: “Logo após a lesão fui direto ao hospital com muita dor, fui atendida
e para minha surpresa, os médicos e enfermeiros desdenharam um pouco de minha
situação, me chamando de “fresca”, que não se preocupasse e que em 15 dias
voltaria a andar”.
Porém, não foi bem assim que aconteceu. Após seis dias em casa, de
repouso, seu joelho foi ficando cada dia pior, deformado, aparecendo manchas e
sem mexer os dados do pé. Quando voltou ao hospital, descobriram que houve
negligência. Nessa segunda vez, outro médico a atendeu e finalmente colocou seu
joelho no lugar. Por conta da lesão, ela precisou ser operada e nesse
procedimento, acreditem, por conta de um erro médico, foi cortado um nervo
errado e a atleta acabou perdendo a sensibilidade de um de seus pés: “Foi um
momento difícil, meu pai até chegou a me perguntar se eu ainda queria fazer
esporte, pois foi um baque muito grande” confidenciou a atleta.
Mesmo fazendo fisioterapia até hoje, Alana, por nossa sorte, não
desistiu, e se diz certa do seu caminho no esporte: “Estou no caminho certo,
venho competindo aqui em Juazeiro e fora, e aos poucos estou dando os passos e
crescendo como atleta” disse Alana que sonha em disputar as Olimpíadas em 2020
no Japão.
Como a maioria dos atletas, Alana sofre com a falta
de apoio fora do tatame e relata: “Não temos um apoio forte aos esportes, tanto
patrocínio, quanto treinamento. Nossa cidade não dispõe, por exemplo, de um
centro de treinamento especializado em artes marciais, com isso, treinar na
região não é suficiente”. Sua luta chamou atenção de um Sensei de São
Paulo e a convidou para passar temporada em treinamento: “Estou muito feliz com
o convite, porém, o lado financeiro pesa, mas estamos buscando, com fé em Deus
vamos conseguir, por que essa experiência é muito importante.
Seu pai, incentivador e treinador, falou muito sobre o esporte na região
e nos contou das dificuldades de manter um atleta em nossa região: “Precisa ser
feito mais. Temos vários atletas com grandes resultados em diversas
modalidades, mas não temos incentivo. Os empresários locais não dão o valor
merecido, até patrocinam atletas de outras cidades e aqui esquecem” disse
Aritano.
“Temos salvo muitas vidas através do judô e não temos o retorno disso.
Esse apoio é o que vai mudar o Brasil. É muito lindo ver essa gurizada
treinando, melhor do que estar no vídeo game ou nas ruas. O esporte traz
disciplina e educação” completou o treinador.
Em Juazeiro, existe o Clube Judô Juazeiro no Bairro Tancredo Neves, que
trabalha com intuito de agregar toda essa molecada. É um veículo que leva
qualquer aluno à federação, abrindo portas para a confederação, podendo
participar de seletivas, de competições nacionais, podendo algum dia ter mais e
mais atletas despontando no Brasil e no mundo.
De acordo com Aritano, não é fácil manter o clube a
todo vapor: “Temos custo para manter, por isso queremos um apoio, enquanto isso
vamos sobrevivendo. Falta mais iniciativa do comércio, de vereadores. O esporte
é uma válvula de escape para estas crianças. Nós e outros professores de outras
modalidades, fazemos um trabalho sério” finalizou.
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