domingo, 3 de fevereiro de 2019

Superação e talento: Conheça a história da judoca juazeirense Alana Moura

Matéria publicada pelo Portal Zap
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a judoca Alana Moura de Juazeiro, que contou à nossa equipe sobre sua infância com o esporte, sua luta para seguir os sonhos de ser atleta e a parceria com seu professor/pai.
Alana respira o judô desde seus primeiros dias. Ela deu seus primeiros passos, literalmente, no tatame, quando seu pai, professor de Judô, Aritano Alan, a colocou. Porém, não foi só essa a ligação dela com a modalidade. “Sempre gostei de esportes, minha família é de atletas de judô, o que se tornou natural para mim lutar essa modalidade” disse ela.
Mesmo com 16 anos, Alana já passou por poucas e boas na sua curta trajetória de atleta. Sua curta carreira começou a tomar rumo em 2014, quando viajou para sua primeira competição fora de Juazeiro: “Disputei o campeonato Nacional e acabei sendo campeã no SESC, foi incrível”.
Alana nos confidenciou, que mesmo com pouco tempo de estrada, já está satisfeita com seus resultados e elege o presente como o melhor momento de sua carreira: “É agora, pois sou a segunda colocada no ranking da Bahia. Esse resultado é muito válido por que foi conseguido com muito esforço. Tive uma lesão grave no joelho e foi uma prova de superação” disse ela.
Por falar em lesão, a jovem atleta, tem uma história e tanto para contar. Em maio de 2015, durante treinamento, ela se machucou gravemente no joelho e relatou momentos que ficarão para sempre em sua memória: “Logo após a lesão fui direto ao hospital com muita dor, fui atendida e para minha surpresa, os médicos e enfermeiros desdenharam um pouco de minha situação, me chamando de “fresca”, que não se preocupasse e que em 15 dias voltaria a andar”.


Porém, não foi bem assim que aconteceu. Após seis dias em casa, de repouso, seu joelho foi ficando cada dia pior, deformado, aparecendo manchas e sem mexer os dados do pé. Quando voltou ao hospital, descobriram que houve negligência. Nessa segunda vez, outro médico a atendeu e finalmente colocou seu joelho no lugar. Por conta da lesão, ela precisou ser operada e nesse procedimento, acreditem, por conta de um erro médico, foi cortado um nervo errado e a atleta acabou perdendo a sensibilidade de um de seus pés: “Foi um momento difícil, meu pai até chegou a me perguntar se eu ainda queria fazer esporte, pois foi um baque muito grande” confidenciou a atleta.
Mesmo fazendo fisioterapia até hoje, Alana, por nossa sorte, não desistiu, e se diz certa do seu caminho no esporte: “Estou no caminho certo, venho competindo aqui em Juazeiro e fora, e aos poucos estou dando os passos e crescendo como atleta” disse Alana que sonha em disputar as Olimpíadas em 2020 no Japão.
Como a maioria dos atletas, Alana sofre com a falta de apoio fora do tatame e relata: “Não temos um apoio forte aos esportes, tanto patrocínio, quanto treinamento. Nossa cidade não dispõe, por exemplo, de um centro de treinamento especializado em artes marciais, com isso, treinar na região não é suficiente”.  Sua luta chamou atenção de um Sensei de São Paulo e a convidou para passar temporada em treinamento: “Estou muito feliz com o convite, porém, o lado financeiro pesa, mas estamos buscando, com fé em Deus vamos conseguir, por que essa experiência é muito importante.


Seu pai, incentivador e treinador, falou muito sobre o esporte na região e nos contou das dificuldades de manter um atleta em nossa região: “Precisa ser feito mais. Temos vários atletas com grandes resultados em diversas modalidades, mas não temos incentivo. Os empresários locais não dão o valor merecido, até patrocinam atletas de outras cidades e aqui esquecem” disse Aritano.
“Temos salvo muitas vidas através do judô e não temos o retorno disso. Esse apoio é o que vai mudar o Brasil. É muito lindo ver essa gurizada treinando, melhor do que estar no vídeo game ou nas ruas. O esporte traz disciplina e educação” completou o treinador.
Em Juazeiro, existe o Clube Judô Juazeiro no Bairro Tancredo Neves, que trabalha com intuito de agregar toda essa molecada. É um veículo que leva qualquer aluno à federação, abrindo portas para a confederação, podendo participar de seletivas, de competições nacionais, podendo algum dia ter mais e mais atletas despontando no Brasil e no mundo.
De acordo com Aritano, não é fácil manter o clube a todo vapor: “Temos custo para manter, por isso queremos um apoio, enquanto isso vamos sobrevivendo. Falta mais iniciativa do comércio, de vereadores. O esporte é uma válvula de escape para estas crianças. Nós e outros professores de outras modalidades, fazemos um trabalho sério” finalizou.

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